quinta-feira, 28 de março de 2013

Três pontos


Rodolfo mais uma vez entrou bem e marcou um belo gol.


Não importa se foi sofrida, se o time jogou bem ou mal. Não importa se o gol da vitória foi contra, de mão ou impedido. O que importa realmente é que o Flamengo venceu. E ontem isso bastava, independente da forma que a vitória viria.

Os três pontos, nesse momento, valem mais que qualquer destaque individual ou melhora tática. O Flamengo precisava “apenas” vencer. E conseguiu. Em mais um daqueles jogos que parece que não vai dar, que a bola não vai entrar, mas que no final parece que a camisa joga sozinha e um golzinho chorado acaba saindo.

Vitória suada que não permite encobrir os erros da equipe. Mais válida que uma goleada, eu diria. Tem muita coisa pra melhorar, tanto técnica quanto taticamente. Mas os três pontos conquistados servem como um respiro para o time. Evita que a crise se instale de vez e nos deixa na briga pela classificação para as semifinais.

Jorginho vai ter muito trabalho para arrumar a casa, e ele assumiu sabendo disso. Por enquanto, “apenas” a vitória interessa. Mas isso não pode virar um mantra na Gávea. O time tem que se encontrar em campo, porque não dá pra ficar nesse sufoco todo jogo. A camisa é forte, só que não vai resolver sempre.

Abs, Ricardo Morais.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Aliando o útil ao agradável


Jorginho está de volta ao Flamengo, agora como treinador.


Dorival Júnior não é mais técnico do Flamengo. A demissão, que era ventilada desde os primeiros dias de gestão da nova diretoria, enfim foi concretizada. Não o acho um técnico fraco, mas também não acho que seja um profissional para custar 1,2 milhões de reais por mês (com a comissão técnica inclusa) aos cofres rubro negro.

A não ser que fizesse uma campanha espetacular, com título da Guanabara e o time voando em campo, a demissão era questão de tempo. Pela nova política administrativa é completamente aceitável. Estão tentando enxugar a folha salarial a todo custo. Considerando os resultados obtidos por ele enquanto técnico, continua sendo aceitável a decisão. Conseguiram matar dois coelhos com uma cajadada só.

Dorival inventa muito. Às vezes, fazer o simples já é o suficiente. Ainda mais com um time em formação. Alguns técnicos procuram inventar demais para sair como gênios, estrategistas, mas na maioria das vezes, saem com o grito de burro ecoando pelos seus ouvidos. Dorival pecou pelas invenções e suas convicções em certos jogadores.

Ontem anunciaram Jorginho como novo treinador. Tem seu principal cartão de visitas, um bom trabalho no Figueirense em 2011. Será seu primeiro teste em um time grande. Não dá pra saber ao certo o que esperar, mas pelo menos tem identificação com o clube e já sabe a pressão que lhe espera.

Pela questão financeira, a troca foi muito favorável ao clube. Mas, sem material humano, a mudança no ponto de vista técnico pode não surtir muito efeito. O elenco é limitado e carece de reforços. A torcida entende que o momento financeiro é delicado, porém, a diretoria tem que encontrar meios para reforçar o grupo para o decorrer da temporada, senão vai entrar e sair técnico sem conseguir obter grandes resultados. Ainda estamos aquém de várias equipes brasileiras.

Boa sorte Jorginho! A nação está junto com você!

Abs, Ricardo Morais.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Vergonha!





Inadmissível ser eliminado na semifinal. Inadmissível perder de um time como o Botafogo, que a gente acabara de vencer duas semanas atrás. De que adianta fazer a melhor campanha do campeonato, estar numa grande sequência de invencibilidade desde o ano passado, e na hora de decidir o time perder?  Não queremos saber de planejamento a longo prazo. Queremos títulos! E agora. Precisamos desse título carioca, é o mais importante da temporada. Já estamos no começo de março e essa equipe ainda não está pronta? O que o treinador tá fazendo no cargo ainda? Já era pra ter demitido ontem após o fim do jogo. Isso é uma vergonha! Volta Patrícia Amorim! Volta Kleber Leite!

Acabou o show, torcedor inconsequente? Então vamos realmente aos fatos. Vergonha é você, torcedor que se comporta assim após uma derrota. O Flamenguista, obrigatoriamente, não gosta de perder. Não se conforma com a derrota facilmente. Não adianta vir com o papo de que perder é do jogo, que é normal, porque senão vamos estar nos inferiorizando a certos rivais. Não nos conformamos, mas podemos entender.

Esse time ainda não tinha sido colocado à prova. Não tinha sequer saído atrás no placar em algum jogo para ter que mostrar poder de reação. O time está em formação e tropeços como esse faz parte do amadurecimento da equipe. Pode parecer clichê, mas antes perder agora do que mais pra frente.

O oba oba e o favoritismo já estavam querendo predominar na Gávea. Essa derrota vai fazer com que os pés voltem para o seu devido lugar: o chão. A vitória encobre muita coisa que a derrota expõe e faz com que os nossos profissionais tenham a consciência que precisam melhorar a cada dia.

O trabalho está sendo bem feito e o time não conquistou a melhor campanha por acaso. Se esse trabalho vem dando certo, tanto do time quanto da diretoria, é porque a torcida abraçou o time e os novos ideais impostos. Se quando o Flamengo ganhar formos nós e quando perder forem apenas eles, não vamos chegar a lugar algum. Vida que segue e ainda temos o segundo turno para recuperar o prejuízo.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ei, ei, ei, o Zico é nosso Rei!


Obrigado, Zico!



No dia três de março de 1953, nascia, em Quintino Bacaiúva, Arthur Antunes Coimbra. Três de março, data que pode ser confundida com vinte e cinco de dezembro no calendário rubro negro. Três de março é o dia em que nasce alguém que iria mudar totalmente a história do Flamengo. Temos as eras antes e depois de Zico.

Ídolo maior, do maior clube do Brasil. No meio de tantos outros ídolos e grandes jogadores que vestiram essa camisa, ele é indiscutivelmente o mais importante. Nenhum desses “outros” se opõe a isso. Pelo contrário, compartilham da mesma idolatria que um torcedor comum de arquibancada.

Cria da base, assumiu desde jovem a responsabilidade da camisa 10 rubro negra. Jovem que mais parecia um senhor em campo. A camisa, que pesa toneladas para alguns, caiu sobre ele com peso de uma pena. Sua personalidade não permitia peso algum, de camisa alguma. Foi assim com a 10 do Flamengo, da seleção brasileira, Udinese e Kashima. Craque é craque em qualquer lugar.

Falando em seleção, talvez a maior de suas decepções no futebol. Na mágica seleção de 82, uma das maiores injustiças do futebol (se é que existe justiça). Em 86, vindo de lesão grave que quase o fez parar de jogar, saiu como vilão. Naquele fatídico Brasil x França, um pênalti, um craque, um erro.  Zico não conseguiu conquistar uma Copa do Mundo. Azar da Copa. Azar da taça que não pôde ter contato com um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Um dos maiores do mundo, sim! Para muitos, o melhor brasileiro pós-Pelé. Para os gringos da sua época de ouro, o Pelé Branco. Seu currículo, de títulos pessoais e por clubes, não cabe em uma página. Números e mais números. Maior artilheiro da história do Flamengo e do Maracanã. Jogava de meia e fez mais de 800 gols na carreira. Desses mais de 800, vários golaços. Verdadeiras obras de arte.

Jogar sabendo que está representando a paixão de mais de 30 milhões de torcedores não é fácil. Zico é sinônimo de esperança para o flamenguista. Esperança de dias melhores em campo e fora dele. Esperança de retomar o lugar que ele mesmo nos colocou um dia, como maior do mundo. Onde tem Zico, tem apoio da torcida. A nação não duvida dele, nunca duvidou. Sempre houve um respeito recíproco entre o Galinho e a torcida. Sempre nos exaltou e foi exaltado por nós.

O Flamengo é tudo pra ele. Ele é parte do Flamengo. A proporção não se equivale. Nunca, pra ninguém, vai se equivaler. Ninguém já foi, é ou será maior que o Flamengo. Ele sabe disso. Sua humildade e sua inteligência o permitem esse discernimento. Sua humildade, porém, não o deixa ter a completa dimensão do que ele representa para o torcedor do Flamengo.

Infelizmente não o vi jogar e nem tive o prazer, ainda, de ter o visto pessoalmente. É um grande sonho poder encontrá-lo, dar-lhe uma abraço e dizer o que ele já deve estar cansado de ouvir: muito obrigado! Obrigado pelo que fez pelo Flamengo e continua fazendo. Obrigado pela esperança de dias melhores. Obrigado pelo caráter, personalidade e humildade, que me fazem tê-lo como ídolo não só no esporte, mas na vida.

Craque com a bola nos pés, o futebol nos dá aos montes. Craque como você, dentro e fora de campo, com os pés ou com as palavras e gestos, com valores humanos cada vez mais perdidos nos jogadores de hoje, é raro.

Zico é rei, é ídolo, é referência, é o Deus da doutrina rubro negra. A festa para os seus 60 anos promete ser algo jamais visto. Vindo dessa torcida, para ele, alguém duvida?

Abs, Ricardo Morais.