sexta-feira, 14 de junho de 2013

“De Nação para a Nação”



Mano Menezes é o novo técnico do Flamengo. T-É-C-N-I-C-O. Que fique bem claro isso. O cara não é milagreiro e não vai solucionar todos os problemas do clube. É um grande treinador, não chegou à seleção atoa, mas vai ter que mostrar um algo a mais agora vestindo vermelho e preto.

A torcida sabe, e os dirigentes também, que o elenco precisa ser reforçado. Mas esse time não é tão ruim quanto parecia ser com o Jorginho. Se o Mano conseguir incorporar o espírito de vontade e raça em campo, já teremos um grande avanço. Nada me tira da cabeça que os jogadores queriam derrubar o Jorginho. A apatia estava acima do normal e inaceitável em um clube como o Flamengo.

Achei o Mano a melhor escolha possível. Principalmente avaliando o mercado e os valores absurdos que estão sendo pedidos atualmente. Contratar um técnico, que seu último trabalho foi na Seleção Brasileira, por 500 mil reais, não me parece nada absurdo. Tem técnico com muito menos currículo ganhando 700 mil, num é Dorival?!

Além desse lado financeiro, a segurança de ter um técnico de nome no banco conta muito. Com um elenco cheio de apostas, o técnico não pode ser uma também. Tem que ter nome, qualidade, pulso firme. Ainda bem que a diretoria reconheceu a tempo e corrigiu o erro.

Essa pausa no Campeonato Brasileiro caiu como um par de luva pra gente. Uma luva para o Mano, que terá um período para conhecer o elenco, identificar as carências e tentar dar um padrão de jogo para a equipe. Outra luva para a diretoria, reforçar o elenco e respirar um pouco de toda essa pressão vivida desde o início do Brasileirão.

“De Nação para a Nação”. Pelo menos pelas palavras, ele parece já ter entendido o tamanho do desafio. Mas pode preparar que aqui a Nação é diferente, é todo dia, toda hora, naquele caldeirão rubro negro que sempre escorre o caldo.

Bem vindo Mano Menezes!


Abs, Ricardo Morais.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Rua!



Jorginho não é mais técnico do Flamengo. Uma passagem de poucos meses, 14 jogos e péssimos resultados. Totalmente diferente da sua brilhante carreira como jogador com a camisa rubro negra.

O time é limitado? Sim. O clube passa por momento financeiro difícil e não pode investir em grandes contratações? Sim. Mas acho que é consenso geral que, apesar de tudo isso, Jorginho tem sua parcela (e não é pequena) de culpa no desempenho pífio do time.

Se o time não tem grandes jogadores, uma estrela, não tem "O cara" pra decidir, o que o técnico tem que fazer é tentar suprir isso com o conjunto, o entrosamento da equipe. Define os 11 titulares, uma tática em que possa aproveitar o melhor de cada um e vamos pra luta. Mas não foi isso que vimos.

A cada jogo uma escalação diferente. Formação tática? Desafio algum especialista a me dar essa resposta. Jorginho não tinha convicção de nada que estava fazendo. O jogador ia de titular a não relacionado de uma rodada pra outra. Ontem contra o Náutico foi a gota d'água! Precisando vencer, "em casa", e o cara me põe QUATRO volantes em campo? É sacanagem. Vi a imagem de Joel Santana naquele banco de reservas.

Sinceramente, eu tinha medo que a multa rescisória poderia ser um empecilho para a demissão. Quando vi hoje que a multa é apenas mais um salário fiquei muito aliviado. Não só pelo ônus financeiro, mas por ver que a era de contratos prejudiciais ao clube parece ter acabado. Mais um ponto para a diretoria.

Diretoria essa que não fica imune à críticas também. Afinal, foram eles que contrataram Jorginho. Pelaipe ainda não me convenceu como diretor. Pelo menos reconheceram o erro e o demitiram sem muita cerimônia. Vamos ter a pausa para a Copa das Confederações e será muito importante pro novo técnico arrumar a casa. Não poderíamos perder mais esse tempo, já que com dois jogos em 40 dias Jorginho não conseguiu mudar nada no time.

Não tem muitas opções de treinador no mercado. Talvez o melhor nome seria Mano Menezes e torço muito para que seja o novo técnico. Graças a Deus o Muricy é caro e creio que o Flamengo não tenha condições de pagá-lo. Uma possível saída no Ney Franco do São Paulo também poderia representar uma opção. Mas ainda tentaria e preferia o Mano.

Apostar em um técnico sem experiência foi um erro e espero que a diretoria tenha entendido. O elenco também precisa ser reforçado e a torcida tá esperando aqueles cinco nomes que chegariam pra vestir a camisa e jogar, que o Wallim tinha prometido para o Brasileirão. Um pode ter sido o Moreno, ainda faltam quatro. Se não pode trazer, não fala. A torcida já previa um ano difícil, só não imaginávamos que seria tanto. Vamos ver se com a chegada do novo treinador e de novos jogadores, o sol volte a brilhar na Gávea.

Abs, Ricardo Morais.

sábado, 1 de junho de 2013

Camisa pesa



“Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.

Nelson Rodrigues não escreveu isso agora, foi há décadas. Mas nada pra mim descreve melhor o jogo de hoje do que esse trecho. Nem o mais fanático acreditava em um empate. O time não passava a menor impressão de reação.

Apático, desorganizado, desentrosado. Não é culpa só do Jorginho, mas é culpa dele também. O time é limitado, o elenco não tem tantas opções assim, porém, não dá pra aceitar a falta de um padrão tático, de uma clareza melhor nas escolhas do técnico, ainda mais pelo tempo que ele teve pra trabalhar sem jogos. É nítido que falta convicção do que ele realmente quer.

Estranho o Rodolfo não ter mais chances. Fica complicado cobrar Hernane ou Moreno se a bola não chega. Rodolfo vinha bem, deu uma caída natural, mas sempre se apresentou melhor que o Carlos Eduardo e nem pro banco está indo. Sei que pelo que foi investido e o que representou sua chegada, o Cadu tenha mais oportunidades que os demais. Mas paciência tem limite e a da torcida se já não esgotou, tá quase.

A torcida sabe da limitação do time. A torcida sabe que buscar um título é utópico. A torcida está dando o voto de confiança que a diretoria pediu tendo calma. O que gente quer é que pelo menos não falte raça dentro de campo. Vontade qualquer jogador pode colocar em campo, basta querer.

O empate veio no abafa, de forma heroica e quase ainda fomos contemplados com a vitória. Comemorar a reação, sem esquecer os motivos que nos levaram a ter que reagir no jogo. Que a vontade dos minutos finais estejam presentes desde o primeiro minuto a partir de agora.
Abs, Ricardo Morais.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O intocável



A imprensa fala em liderança no elenco. O técnico fala que precisa de uma voz em campo, de experiência. Hoje o Flamengo tem um jogador que manda no time. E sequer faixa de capitão ele usa.

O Renato não foi reserva em nenhuma de suas passagens pelo Flamengo. Das poucas vezes em que amargou o banco, mostrou que não sabe lidar com a situação. De volta à condição de titular, parece ter se tornado mais “líder” ainda. Se não bastasse não aceitar o banco, mostrou contra o Campinense que nem ser substituído ele pode.

Não é de agora que ele vem mais atrapalhando do que ajudando tanto em campo quanto fora dele. Alguns torcedores ainda defendem sua titularidade e outros mais corajosos o consideram ídolo. Às vezes pode ser pelos belos e alguns importantes gols de falta.

Mas o que seria do Renato sem as faltas para cobrar? Ele tem vivido disso ultimamente. Não aparece bem no ataque, não sabe marcar, quer chutar tudo independente da distância. A cadência de jogo que tanto se fala, só vejo como bolas de lado e que cruzam a frente da área de defesa sempre com muito perigo. Quando não tem falta de frente pro gol, é difícil ouvir o nome dele pela voz do narrador.


Esse post não tem nada a ver com o pênalti perdido, isso é do jogo e qualquer um podia ter errado. Ele vem fazendo raiva todo jogo e o treinador nunca enxerga. Se enxerga, tem medo de sacar "o intocável" do time. Um jogador que vive de falta, acho que não faria tanta falta assim em campo.

Abs, Ricardo Morais.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Bom e barato



Ronaldo Angelim, um dia desconhecido para os torcedores, foi o autor do gol do hexa.


Apesar da diretoria quase sempre negar e tentar manter o sigilo nas negociações, algumas já confirmadas por ela ou especuladas pela imprensa mostram um novo perfil de jogadores que devem vir. Tirando o Marcelo Moreno, os outros jogadores se enquadram na política do bom e barato, porém, desconhecidos.

Se ainda existe algo válido para que se mantenham os estaduais pelo Brasil, é o fato de revelar jogadores. Essa é a saída encontrada por muitos clubes grandes de tentar suprir carências do elenco sem gastar muito. Alguns dão certo, outros não, mas isso é do futebol e não vai mudar nunca.

O trabalho de garimpar os estaduais e fazer as apostas certas não é tarefa muito fácil. Mas nosso diretor de futebol recebe muito bem pra isso, então a margem de erro tem que ser mínima. Ainda mais pela carência técnica que o elenco tem e a quantidade de dívidas que a gente já possui, não podendo jogar dinheiro fora. O Pelaipe já mostrou que tem faro pra esse tipo de jogador, é só ver o seu trabalho realizado no Grêmio e os jogadores ou técnicos lançados por ele.

Parece que no Flamengo a torcida tem muita rejeição a nomes desconhecidos. Acho que a gente deve dar um voto de confiança e se pegar um passado recente, é só lembrar que o gol do hexa foi do Angelim. Ele chegou na Gávea como mesmo? Pelo fortaleza, desconhecido e desacreditado pela torcida. Willians, Aírton, Everton, David Braz, Toró, também foram importantes naquela campanha.

O Corinthians é o maior exemplo atual dessa política de contratações. O São Paulo foi campeão mundial em 2005 com vários jogadores contratados dessa forma. Então, torcida rubro negra, vamos dar um voto de confiança para quem vier. Vestiu o manto e entrou em campo, tem que ter nosso apoio. Se vai dar certo ou não é outra história. Mas antes investir numa aposta barata, com vontade de vencer no futebol, do que em medalhões caros e que só querem o salário na sua conta no começo do mês.

Abs, Ricardo Morais.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Três pontos


Rodolfo mais uma vez entrou bem e marcou um belo gol.


Não importa se foi sofrida, se o time jogou bem ou mal. Não importa se o gol da vitória foi contra, de mão ou impedido. O que importa realmente é que o Flamengo venceu. E ontem isso bastava, independente da forma que a vitória viria.

Os três pontos, nesse momento, valem mais que qualquer destaque individual ou melhora tática. O Flamengo precisava “apenas” vencer. E conseguiu. Em mais um daqueles jogos que parece que não vai dar, que a bola não vai entrar, mas que no final parece que a camisa joga sozinha e um golzinho chorado acaba saindo.

Vitória suada que não permite encobrir os erros da equipe. Mais válida que uma goleada, eu diria. Tem muita coisa pra melhorar, tanto técnica quanto taticamente. Mas os três pontos conquistados servem como um respiro para o time. Evita que a crise se instale de vez e nos deixa na briga pela classificação para as semifinais.

Jorginho vai ter muito trabalho para arrumar a casa, e ele assumiu sabendo disso. Por enquanto, “apenas” a vitória interessa. Mas isso não pode virar um mantra na Gávea. O time tem que se encontrar em campo, porque não dá pra ficar nesse sufoco todo jogo. A camisa é forte, só que não vai resolver sempre.

Abs, Ricardo Morais.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Aliando o útil ao agradável


Jorginho está de volta ao Flamengo, agora como treinador.


Dorival Júnior não é mais técnico do Flamengo. A demissão, que era ventilada desde os primeiros dias de gestão da nova diretoria, enfim foi concretizada. Não o acho um técnico fraco, mas também não acho que seja um profissional para custar 1,2 milhões de reais por mês (com a comissão técnica inclusa) aos cofres rubro negro.

A não ser que fizesse uma campanha espetacular, com título da Guanabara e o time voando em campo, a demissão era questão de tempo. Pela nova política administrativa é completamente aceitável. Estão tentando enxugar a folha salarial a todo custo. Considerando os resultados obtidos por ele enquanto técnico, continua sendo aceitável a decisão. Conseguiram matar dois coelhos com uma cajadada só.

Dorival inventa muito. Às vezes, fazer o simples já é o suficiente. Ainda mais com um time em formação. Alguns técnicos procuram inventar demais para sair como gênios, estrategistas, mas na maioria das vezes, saem com o grito de burro ecoando pelos seus ouvidos. Dorival pecou pelas invenções e suas convicções em certos jogadores.

Ontem anunciaram Jorginho como novo treinador. Tem seu principal cartão de visitas, um bom trabalho no Figueirense em 2011. Será seu primeiro teste em um time grande. Não dá pra saber ao certo o que esperar, mas pelo menos tem identificação com o clube e já sabe a pressão que lhe espera.

Pela questão financeira, a troca foi muito favorável ao clube. Mas, sem material humano, a mudança no ponto de vista técnico pode não surtir muito efeito. O elenco é limitado e carece de reforços. A torcida entende que o momento financeiro é delicado, porém, a diretoria tem que encontrar meios para reforçar o grupo para o decorrer da temporada, senão vai entrar e sair técnico sem conseguir obter grandes resultados. Ainda estamos aquém de várias equipes brasileiras.

Boa sorte Jorginho! A nação está junto com você!

Abs, Ricardo Morais.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Vergonha!





Inadmissível ser eliminado na semifinal. Inadmissível perder de um time como o Botafogo, que a gente acabara de vencer duas semanas atrás. De que adianta fazer a melhor campanha do campeonato, estar numa grande sequência de invencibilidade desde o ano passado, e na hora de decidir o time perder?  Não queremos saber de planejamento a longo prazo. Queremos títulos! E agora. Precisamos desse título carioca, é o mais importante da temporada. Já estamos no começo de março e essa equipe ainda não está pronta? O que o treinador tá fazendo no cargo ainda? Já era pra ter demitido ontem após o fim do jogo. Isso é uma vergonha! Volta Patrícia Amorim! Volta Kleber Leite!

Acabou o show, torcedor inconsequente? Então vamos realmente aos fatos. Vergonha é você, torcedor que se comporta assim após uma derrota. O Flamenguista, obrigatoriamente, não gosta de perder. Não se conforma com a derrota facilmente. Não adianta vir com o papo de que perder é do jogo, que é normal, porque senão vamos estar nos inferiorizando a certos rivais. Não nos conformamos, mas podemos entender.

Esse time ainda não tinha sido colocado à prova. Não tinha sequer saído atrás no placar em algum jogo para ter que mostrar poder de reação. O time está em formação e tropeços como esse faz parte do amadurecimento da equipe. Pode parecer clichê, mas antes perder agora do que mais pra frente.

O oba oba e o favoritismo já estavam querendo predominar na Gávea. Essa derrota vai fazer com que os pés voltem para o seu devido lugar: o chão. A vitória encobre muita coisa que a derrota expõe e faz com que os nossos profissionais tenham a consciência que precisam melhorar a cada dia.

O trabalho está sendo bem feito e o time não conquistou a melhor campanha por acaso. Se esse trabalho vem dando certo, tanto do time quanto da diretoria, é porque a torcida abraçou o time e os novos ideais impostos. Se quando o Flamengo ganhar formos nós e quando perder forem apenas eles, não vamos chegar a lugar algum. Vida que segue e ainda temos o segundo turno para recuperar o prejuízo.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ei, ei, ei, o Zico é nosso Rei!


Obrigado, Zico!



No dia três de março de 1953, nascia, em Quintino Bacaiúva, Arthur Antunes Coimbra. Três de março, data que pode ser confundida com vinte e cinco de dezembro no calendário rubro negro. Três de março é o dia em que nasce alguém que iria mudar totalmente a história do Flamengo. Temos as eras antes e depois de Zico.

Ídolo maior, do maior clube do Brasil. No meio de tantos outros ídolos e grandes jogadores que vestiram essa camisa, ele é indiscutivelmente o mais importante. Nenhum desses “outros” se opõe a isso. Pelo contrário, compartilham da mesma idolatria que um torcedor comum de arquibancada.

Cria da base, assumiu desde jovem a responsabilidade da camisa 10 rubro negra. Jovem que mais parecia um senhor em campo. A camisa, que pesa toneladas para alguns, caiu sobre ele com peso de uma pena. Sua personalidade não permitia peso algum, de camisa alguma. Foi assim com a 10 do Flamengo, da seleção brasileira, Udinese e Kashima. Craque é craque em qualquer lugar.

Falando em seleção, talvez a maior de suas decepções no futebol. Na mágica seleção de 82, uma das maiores injustiças do futebol (se é que existe justiça). Em 86, vindo de lesão grave que quase o fez parar de jogar, saiu como vilão. Naquele fatídico Brasil x França, um pênalti, um craque, um erro.  Zico não conseguiu conquistar uma Copa do Mundo. Azar da Copa. Azar da taça que não pôde ter contato com um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Um dos maiores do mundo, sim! Para muitos, o melhor brasileiro pós-Pelé. Para os gringos da sua época de ouro, o Pelé Branco. Seu currículo, de títulos pessoais e por clubes, não cabe em uma página. Números e mais números. Maior artilheiro da história do Flamengo e do Maracanã. Jogava de meia e fez mais de 800 gols na carreira. Desses mais de 800, vários golaços. Verdadeiras obras de arte.

Jogar sabendo que está representando a paixão de mais de 30 milhões de torcedores não é fácil. Zico é sinônimo de esperança para o flamenguista. Esperança de dias melhores em campo e fora dele. Esperança de retomar o lugar que ele mesmo nos colocou um dia, como maior do mundo. Onde tem Zico, tem apoio da torcida. A nação não duvida dele, nunca duvidou. Sempre houve um respeito recíproco entre o Galinho e a torcida. Sempre nos exaltou e foi exaltado por nós.

O Flamengo é tudo pra ele. Ele é parte do Flamengo. A proporção não se equivale. Nunca, pra ninguém, vai se equivaler. Ninguém já foi, é ou será maior que o Flamengo. Ele sabe disso. Sua humildade e sua inteligência o permitem esse discernimento. Sua humildade, porém, não o deixa ter a completa dimensão do que ele representa para o torcedor do Flamengo.

Infelizmente não o vi jogar e nem tive o prazer, ainda, de ter o visto pessoalmente. É um grande sonho poder encontrá-lo, dar-lhe uma abraço e dizer o que ele já deve estar cansado de ouvir: muito obrigado! Obrigado pelo que fez pelo Flamengo e continua fazendo. Obrigado pela esperança de dias melhores. Obrigado pelo caráter, personalidade e humildade, que me fazem tê-lo como ídolo não só no esporte, mas na vida.

Craque com a bola nos pés, o futebol nos dá aos montes. Craque como você, dentro e fora de campo, com os pés ou com as palavras e gestos, com valores humanos cada vez mais perdidos nos jogadores de hoje, é raro.

Zico é rei, é ídolo, é referência, é o Deus da doutrina rubro negra. A festa para os seus 60 anos promete ser algo jamais visto. Vindo dessa torcida, para ele, alguém duvida?

Abs, Ricardo Morais.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Rumo a...


Início de ano rubro negro é surpreendente


Um time desacreditado, um começo de ano animador. O time que teve um ano de 2012 pífio, começa 2013 de forma avassaladora. Vinte e dois dos vinte e quatro pontos conquistados, classificação antecipada, primeiro lugar geral, vitórias convincentes nos clássicos e bom futebol apresentado. Totalmente o oposto do ano passado.

A diretoria, que pegou uma verdadeira bomba deixada pela gestão anterior, adotou a política de “gastos zero”. Realizou boas contratações, acertou também nas dispensas de atletas e ainda deu “sorte” de contar com o surgimento de alguns garotos da base e com outros atletas mais experientes que vem retomando seu melhor futebol.

Digo sorte, entre aspas, porque no futebol tudo é muito relativo. Se o Rafinha, por exemplo, entra naquele time do ano passado, a chance dele render, o que rende hoje, era mínima. Dorival, que tanto reclamava ano passado de ter pegado o time no meio do caminho, teve sua tão desejada pré-temporada e até agora o trabalho parece ter sido muito bem feito. O time em nada lembra o de 2012. Ele mesmo melhorou muito e deixou certas convicções de lado. Tem acertado bastante na montagem do time e alterações no decorrer do jogo.

O time que era lento e dava preguiça no torcedor, deu lugar a um time dinâmico, compacto e que sabe o que faz com a bola. Elias e Ibson (que nem de longe lembra o jogador tão criticado em 2012) se entenderam muito bem no meio e têm ditado o ritmo do time. Deram essa velocidade de transição que o time tanto precisava.

A defesa vem se mostrando eficiente. João Paulo chegou e tomou conta da posição. Léo Moura, contando com a ajuda do Rafinha pelo lado direito, melhorou muito seu rendimento. Com Cáceres como cão de guarda na frente da zaga, a marcação tem sido muito bem feita, sem deixar muitos espaços aos adversários. Mas isso começa lá da frente, com os dois homens abertos sufocando a saída de bola a todo o momento. Isso reflete bem como o grupo tá consciente do que deve ser feito e compacto em campo.

Falando nos homens de frente, só gratas surpresas até agora. Hernane, tão contestado, artilheiro e jogando bem. Rafinha e Rodolfo apareceram sem muito oba oba e vêm superando as expectativas. Ainda faltam Carlos Eduardo e Gabriel pegarem ritmo de jogo, mas são dois jogadores que prometem bastante para a temporada.

A diretoria vem dando condições aos atletas e comissão técnica para desenvolverem o seu melhor. Os salários estão em dia, o grupo está sempre blindado e seguro que agora existe planejamento e pessoas sérias cuidando do futebol na Gávea. Essa confiança e tranquilidade são essenciais para o jogador de futebol. Com esse ambiente bom o jogador sabe que pode ser cobrado e talvez por isso, o comprometimento de certos atletas tenha mudado tanto com a troca de diretoria.

Esse time vem gerando uma expectativa boa pra torcida. Dá aquela vontade de tá sempre acompanhando, indo aos estádios, comprando a camisa e isso é essencial. Aquele time do ano passado afastava o torcedor. Ninguém queria saber de acompanhar, rezávamos para o campeonato acabar logo e vivíamos a expectativa da eleição no fim do ano e não do time entrar em campo.

Não dá pra dizer onde vamos chegar nesse ano, mas, cair, como muitos falavam na pré-temporada, acho inviável. Já tivemos times infinitamente inferiores e estamos na Série A até hoje. Dá pra brigar lá em cima. Uma Copa do Brasil, o G4 no Campeonato Brasileiro, não são sonhos impossíveis. Mantendo o comprometimento e com o apoio da torcida, tudo fica mais fácil. Até porque o Wallim já disse que o objetivo é ter um time nota nove pro Brasileirão. Então muita coisa boa ainda está por vir. E dessa diretoria não é bom duvidar de nada.

Abs, Ricardo Morais.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cri, cri, crise

Crise na Gávea?


Primeiro post, justamente, sobre a “primeira crise”. Segunda-feira, logo após uma vitória no clássico contra o Botafogo, classificação e primeiro lugar geral conquistados, eis que abro o globoesporte.com e me deparo com a notícia: “Crise no novo Fla” (veja aqui). Logo abri a matéria para ver do que se tratava. Imaginava ser algum conflito entre os vice-presidentes ou algo relativo ao Pelaipe.

Mas, não. Não era nada disso. Era uma discussão, até normal dos bastidores do futebol, que culminou em uma demissão de alguém que sequer estava diretamente ligado ao futebol do clube. No lancenet li outro dia sobre os poderes de Pelaipe no clube (veja aqui). Outra notícia, no mínimo tendenciosa, sobre o relacionamento do diretor internamente no clube. Agora me responde: em qual clube isso seria motivo para uma notícia de crise? E na capa do site ainda por cima. No Flamengo é. Ainda mais em tempos de calmaria, raramente visto nos últimos anos.

Certo é que a palavra CRISE no ambiente rubro negro vende muito mais do que uma vitória no clássico ou uma classificação antecipada. Ao invés de destacaram o que o time vem fazendo dentro de campo, ficam esmiuçando os bastidores em busca de notícias negativas. É um dos preços que se paga por ser gigante.

Paz no Flamengo é algo raro. Por melhor que o time esteja em campo ou fora dele, sempre haverá oportunistas atrás de “bombas” para desestabilizar o ambiente e vender notícia. Eles só têm que entender que os tempos são outros na Gávea. Não tem vazamento de informação, roupa suja se lava em casa e contratações são tratadas internamente e com sigilo. Essa nova diretoria não faz graça pra torcida e muito menos pra imprensa. Não anunciam negociações com Kaká para amanhã trazerem o Zezinho e frustrar a nação.

Pela primeira vez vejo uma postura humilde e pés no chão. Desde o presidente ao faxineiro não tem oba oba e deslumbramento.  Todos têm consciência da situação difícil que o clube se encontra e estão tentando, da melhor forma possível, recolocar o Flamengo no topo do futebol. Tarefa que seria mais fácil sem essas insistentes insinuações para afetar o ambiente do clube. Mas é Flamengo, e aqui é contra tudo e contra todos.

Abs, Ricardo Morais.