sábado, 1 de junho de 2013

Camisa pesa



“Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.

Nelson Rodrigues não escreveu isso agora, foi há décadas. Mas nada pra mim descreve melhor o jogo de hoje do que esse trecho. Nem o mais fanático acreditava em um empate. O time não passava a menor impressão de reação.

Apático, desorganizado, desentrosado. Não é culpa só do Jorginho, mas é culpa dele também. O time é limitado, o elenco não tem tantas opções assim, porém, não dá pra aceitar a falta de um padrão tático, de uma clareza melhor nas escolhas do técnico, ainda mais pelo tempo que ele teve pra trabalhar sem jogos. É nítido que falta convicção do que ele realmente quer.

Estranho o Rodolfo não ter mais chances. Fica complicado cobrar Hernane ou Moreno se a bola não chega. Rodolfo vinha bem, deu uma caída natural, mas sempre se apresentou melhor que o Carlos Eduardo e nem pro banco está indo. Sei que pelo que foi investido e o que representou sua chegada, o Cadu tenha mais oportunidades que os demais. Mas paciência tem limite e a da torcida se já não esgotou, tá quase.

A torcida sabe da limitação do time. A torcida sabe que buscar um título é utópico. A torcida está dando o voto de confiança que a diretoria pediu tendo calma. O que gente quer é que pelo menos não falte raça dentro de campo. Vontade qualquer jogador pode colocar em campo, basta querer.

O empate veio no abafa, de forma heroica e quase ainda fomos contemplados com a vitória. Comemorar a reação, sem esquecer os motivos que nos levaram a ter que reagir no jogo. Que a vontade dos minutos finais estejam presentes desde o primeiro minuto a partir de agora.
Abs, Ricardo Morais.

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